Uma breve história da Química
Alquimia, uma mistura de ciência, arte e magia, que floresceu durante a Idade Média, tendo uma dupla preocupação: a busca do Elixir da Longa Vida, que conservaria a juventude, garantiria a imortalidade, a cura das doenças do corpo e a descoberta de um método para a transformação de metais comuns em ouro (Transmutação), que ocorreria na presença de um agente conhecido como “Pedra Filosofal”.
Os laboratórios eram antros negros e
sinistros, cheios de odores nauseabundos. As prateleiras e mesas estavam sempre
cheias de frascos de formas e cores bizarras. Em torno, espalhavam-se em
desordem, papéis cobertos de sinais cabalísticos.
Um dos seus sonhos era a
transformação de qualquer metal em ouro. Acreditavam que todos os metais eram,
na realidade, ouro, o “metal perfeito”, em estado de impureza. Esforçavam-se,
por isso, para encontrar um fermento misterioso que tivesse a propriedade de
transformá-los. Chamavam esse fermento sólido de “Pedra Filosofal”.
À procura pelo ouro não era motivada
por razões econômicas, mas sim porque, com sua resistência a corrosão,
representava a perfeição divina. Contudo, muitos charlatões se aproveitaram de
encenações simulando a transmutação para enriquecer a custa da boa-fé de alguns
(ingênuos) adeptos da Alquimia.
Na China, as especulações dos
alquimistas conduziram ao domínio de muitas técnicas de metalurgia e a
descoberta da pólvora. Os chineses foram os inventores dos fogos de artifício e
os primeiros a usar a pólvora em combate, no século X.
Esses objetivos nunca foram
alcançados pelos alquimistas, mas permitiram o desenvolvimento de vários
aparelhos e técnicas laboratoriais importantes. Muitos progressos no
conhecimento das substâncias provenientes de minerais e vegetais foram obtidos
no Ocidente e no Oriente. Desenvolveram processos importantes para a produção
de metais, de papiros, de sabões e de muitas substâncias, como o ácido nítrico
(chamado na época de aquafortis), o
ácido sulfúrico (oleumvitriolum),
o hidróxido de sódio e o hidróxido de potássio.
No século XVI , o suíço Theophrastus
Bombastus Paracelsus propôs que a Alquimia deveria se preocupar, principalmente,
com o aspecto médico em suas investigações. (Isso ficou conhecido como Iatroquímica). Segundo ele, os
processos vitais podiam ser interpretados e modificados com o uso de
substâncias químicas contribuindo no diagnóstico e no tratamento de algumas
doenças foi digna de nota.
Os últimos anos do século XVI e o
transcorrer do XVII firmaram os alicerces da Química como Ciência, com a
publicação do livro Alchemia , do alemão Andreas Libavius. Nos séculos
XVIII e XIX , os trabalhos de Lavoisier, Berzelius, Gay-Lussac, Dalton, Wöhler,
Avogadro, Berthelot, Kekulé e tantos outros deram origem à chamada Química
Clássica . No século XX , com o grande avanço tecnológico, presenciou-se
uma vertiginosa evolução do conhecimento químico. Modernas técnicas de
investigação foram desenvolvidas, utilizando conceitos de Química, Física,
Matemática, Computação e Eletrônica.
A Química tornou-se, então, uma
Ciência, que acompanhou todas as etapas da evolução da cultura humana, mas,
ainda hoje, é considerada por muitos como um produto de magia.
RENASCIMENTO
Finda-se o período Medieval e, com
ele, a hegemonia da Igreja Católica que começa, a partir desse momento, a ser
questionada. Trata-se de um momento em que os direitos das nações e dos
cidadãos sobrepuseram-se à tradição universal da autoridade religiosa.
Para
que ocorressem tais mudanças na forma como o homem via o mundo e via a si
próprio, passamos por um período conhecido por Renascença, o momento dessa
grande transição.
O DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO NA RENASCENÇA
·
Química: Teve
uma enorme influência da Alquimia, principalmente com Paracelso que, além de
alquimista, era médico renomado. Outro nome importante foi o do médico e
químico alemão Andréas Libavius, que escreveu Alquimia, considerado o mais bonito livro de química do século
XVII. Nesse período, mesmo fortemente marcados pelo hermetismo (transmutação),
a Alquimia prestou significativa colaboração nas técnicas de metalurgia e de
mineração, os primeiros ramos da química a contribuir para os aperfeiçoamentos
tecnológicos.
·
Física: Não
teve um desenvolvimento significativo nesse período: destacaram-se os estudos
de magnetismo por Simon Stevin, de mecânica por William Gilbert e alguns
trabalhos de óptica.
· Ciências Médicas: Ganharam
impulso com o surgimento das Universidades e com o início da experimentação na
anatomia. Maior destaque se dá ao belga André Vesálio.
·
Astronomia: Neste
ramo, destaca-se Nicolau de Cusa (Nikolaus Krebs) com a proposição de que a
Terra não seria o único lugar no universo em que havia vida.
·
Arte: Na
Renascença, merece destaque o artista e sábio Leonardo da Vinci (1452-1519),
que foi um homem de saber enciclopédico, exímio conhecedor de anatomia,
geologia, botânica, hidráulica, óptica, matemática, arquitetura, engenharia,
fortificações militares e filosofia. Sabe-se que os objetos do pensamento
humano são: a filosofia, as artes, a religião e os conhecimentos científicos.
De todos, somente a Ciência, por suas características, universalizou-se. Não se tem uma arte
universal, uma religião universal, uma filosofia universal, mas se tem uma
ciência universal. Foi assim, no Renascimento, com o concurso dos povos árabes,
que começou o desenvolvimento da Ciência e que chegou até os nossos dias.
IMPEDIMENTOS
PARA O AVANÇO CIENTÍFICO
Torna-se necessário
avançar! Já não bastava mais apenas o conhecimento herdado da Antiguidade
Clássica. Porém, havia impedimentos e dificuldades para que a Ciência
progredisse. Dentre eles podemos destacar:
·
A mitificação da Ciência
Grega: Os livros de Aristóteles tinham sido comentados por
Tomás de Aquino e logo foram adotados pela Igreja, tornando-a intocável. Dessa
forma, a primeira dificuldade foi superar esta mitificação, ou seja, admitir
que a Ciência grega continuava com equívocos que deviam ser reparados. Roger
Bacon, monge franciscano e um dos precursores da Ciência experimental no século
XIII, chegou a dizer que a Ciência grega estava toda errada, o que certamente
era um exagero.
·
Restrições Religiosas: O
patrocínio das Ciências pela Igreja exigia que todo conhecimento científico
estivesse de acordo com a interpretação dada pelos doutores da época às Sagradas
Escrituras, fazendo com que todos que não concordassem fossem considerados
hereges. O surgimento do protestantismo mudou um pouco essa situação, na medida
em que os protestantes achavam que a Ciência ajudava a compreender melhor a
obra de Deus.
·
Superstições e Magias: Quando
a Ciência nasceu ela trazia em si todo um revestimento de magia. Foi preciso
que a mente humana se afastasse das superstições herdadas da Idade Média e
passasse à observação dos fenômenos, à sua catalogação, análise e conclusão
através de um modo racional de pensar. Inicialmente, com grande dificuldade,
devido à falta de uma metodologia, até que se chegou ao Método Científico, que
foi a pedra de toque para que a Ciência vencesse todas essas dificuldades e,
enfim, desabrochasse.
A
REVOLUÇÃO CIENTÍFICA DO SÉCULO XVII
Para romper com todos os
impedimentos ao avanço científico, foi preciso que homens corajosos superassem
tais dificuldades e realizassem a conhecida Revolução Científica, período que se
iniciou no século XV e se estendeu até o século XVII.
Sabe-se que a Ciência,
em todos os tempos, foi construída por milhares de trabalhadores anônimos.
Credita-se grande parte das descobertas desse período (século XVII) à tríade
Copérnico-Galileu-Newton, mas ao lado desses três gigantes, vamos encontrar muitos nomes que deixaram o anonimato
para se incorporar a essa tarefa de construção do saber científico.
Um mol de abraços a todos!!
2 comentários:
Muito interessante o texto e a abordagem contextualizada, parabéns a todos que fazem o blog. Tem um material interessante no canal Oquimiajuda no youtube: https://www.youtube.com/channel/UC77PZHDYceo1j2xPcuU_lPQ
Muito obrigada, Pedro Lemos!!
=D
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Obrigada pela visita e pelo comentário!
Quimiloko honorário volta sempre!!
hehehe!