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Química Orgânica - Perfluorocarbonos - O Segredo do Abismo

Olá Quimilokos.
O material que estou disponibilizando hoje, refere-se ao filme "O Segredo do Abismo", indicado em sala de aula.
Para saber um pouquinho mais sobre os PERFLUOROCARBONOS citados no filme, e sua utilização, acesse:
Ventilação Líquida: da ficção à realidade., e leia o Ensaio escrito por Cristiano Feijó Andrade, Luiz Alberto Forgiarini Junior (doutorando) Programa de Pós-graduação em Ciências Pneumológicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Paulo Francisco Guerreiro Cardoso Departamento de Cirurgia, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Segue logo abaixo o arquivo para ser lido on-line, para quem preferir.


Sinopse e detalhes do Filme

Uma equipe de uma platorma civil de exploração de petróleo se vê repentinamente com a missão de tentar resgatar o USS Montana, um submarino nuclear que afundou misteriosamente com 156 tripulantes e, após o ocorrido, não houve mais contato. A plataforma é usada para a "Operação Salvo", a operação de resgate que visa resgatar a tripulação do Montana, pois apesar de saberem onde está o submarino um furacão se aproxima e, assim, a Marinha não terá tempo hábil de chegar ao local. Com isso, a equipe da plataforma se torna a melhor opção para realizar o salvamento, ficando acertado que o tenente Coffey (Michael Biehn) supervisionará as operações. Entretanto, Bud Brigman (Ed Harris), um mergulhador que chefia a plataforma, diz à operação que acaba de pressentir que sua equipe corre perigo, mas Brigman não poderia imaginar que iria se deparar com algo totalmente surpreendente.

CURIOSIDADES SOBRE O FILME

Formato pioneiro
O Segredo do Abismo foi o primeiro filme lançado no formato de laserdisc, uma espécie de proto-DVD.

Prêmios
- Ganhou o Oscar de Melhores Efeitos Especiais, além de ter sido indicado em outras 3 categorias: Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte e Melhor Som.

Literatura e cinema
Ainda antes do início das filmagens de O Segredo do Abismo, o diretor James Cameron entrou em contato com o escritor Orson Scott Card sobre a possibilidade de produzir um livro sobre a história do filme que iria realizar. Ao saber da proposta através de seu agente Card inicialmente a descartou, dizendo que não fazia "novelizações" de filmes. O escritor mudou de idéia após saber que o pedido havia sido feito por Cameron, mas exigiu do diretor que tivesse liberdade para desenvolver a "novelização" da maneira como achasse melhor. Após um encontro com Cameron, Card escreveu três capítulos que apresentavam os personagens Bud e Lindsay Brigman em um período anterior ao que é mostrado no filme. Após receber tais capítulos, James Cameron os entregou aos atores Ed Harris e Mary Elizabeth Mastrantonio, no intuito de ajudá-los na composição de seus personagens.

Diplomados
Todos os atores de O Segredo do Abismo tiveram que obter certificados de mergulhadores antes do início das filmagens.

Entrega total
A grande maioria das cenas de O Segredo do Abismo foram realizadas pelos próprios atores do elenco, e não por dublês.

Para vê-los e ouvi-los melhor
As máscaras de mergulho utilizadas foram desenhadas especialmente para o filme, de forma a permitir a melhor visualização das faces dos atores. Dentro das máscaras foram ajustados microfones que permitiram que os diálogos ditos pelos atores fossem captados e utilizados no filme. Os sons feitos pelos reguladores das máscaras foram também gravados, mas posteriormente eliminados na edição de som.

Estrutura recorde
Grande parte das filmagens subaquáticas de O Segredo do Abismo foi realizada em um tanque de reator nuclear ainda em construção em Gaffney, na Carolina do Sul. Lá também foi construído o maior set de filmagens subaquático já feito até então, em um tanque de 7 milhões de galões d'água.

Adversidades
O tanque utilizado em O Segredo do Abismo tinha 40 pés de profundidade, mas como tinha muita luz na superfície a produção foi obrigada a construir um "tampão gigante" e ainda colocar bilhões de minúsculas bolhas pretas de plástico para bloquear a luz. Durante uma violenta tempestade o "tampão" acabou sendo destruído, o que fez com que o restante das filmagens ocorresse à noite.

O dilema da citação
A versão original de O Segredo do Abismo a ser exibida nos cinemas foi forçada a retirar do início do filme, ainda antes do surgimento dos créditos, a frase de Nietzsche que dizia "...when you look long into an abyss, the abyss also looks into you" (traduzindo, "quando você olha por muito tempo dentro do abismo, o abismo também olha dentro de você"). O motivo por tal retirada foi que esta mesma frase fora utilizada em Inocente ou Culpado (1988), sendo que Cameron queria evitar as acusações de imitação em seu filme. Entretanto, tal frase foi incluída na versão do diretor, lançada anos depois.

Tanque preservado
Devido a questões financeiras, o set de filmagens subaquático de O Segredo do Abismo nunca foi desmontado. Ele permanece montado no tanque de reator nuclear da Carolina do Sul, agora esvaziado, sendo que a Fox colocou ao seu redor diversos avisos a possíveis curiosos e fotógrafos de que aquele material é de sua propriedade e que fotos e filmagens são proibidas de acordo com a lei do copyright.

Director's cut
Em 1992 foi lançada uma versão alternativa chamada O Segredo do Abismo - Versão do Diretor, que continha 28 minutos de material extra em relação à versão original do filme.

FONTE: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-4992/


Bom filme e um ótimo trabalho!!
“Abandonar a Ciência é o caminho de volta à pobreza e ao atraso.”
[Carl Sagan]

Um pouco mais sobre os PERFLUOROCARBONOS

Há décadas a respiração por meios liquidos fascinam a humanidade, mas será que existe uma possibilidade real de atingirmos esse objetivo?
A resposta é simples: sim, para campos de pesquisas médicas, principalmente. A idéia de respirar em meio a substâncias líquidas aparece na literatura médica no final da Primeira Guerra Mundial, o objetivo era investigar a fisiologia pulmonar a partir da introdução desses liquidos no interior dos pulmões, mas esse sonho ainda estava longe de ser realizado. Somente em 1962 que as pesquisas tiveram grandes avanços, um fisiologista chamado Johannes Kylstra (1925 - 2005) descobriu que ratos cujos os pulmões tinham sido preenchido por uma substancia salina, Ringer-lactato, poderiam sobreviver até 18 horas quando submerso a altas pressões, semelhante às das regiões fundas dos oceanos, mas a pouca solubilidade principalmente do dióxido de carbono em solução salina tornou essa substância inepto para uso. Na mesma década os bioquímicos norte-americanos Leland Clark (1918 - 2005) e Frank Gollan (1910 - 1988) fizeram testes em camundongos e gatos com um líquido chamadoPerfluorocarbono (PFC - projeto desenvolvido durante a Segunda Guerra Mundial -Projeto Manhattan) e relataram que estes animais podiam sobreviver por várias horas imerso nesse líquido.

Características:
Os Perfluorocarbonos ou Perfluoroalcanos são uma família de compostos derivados de um Hidrocarboneto, onde os átomoS de hidrogênio foram substituídos por átomos de flúor.
Fórmula geral: CnEmc2, n = 15 anos
Semelhantes à água são incolores, inodoros e insípidos. São quimicamente estáveis, têm baixa tensão superficial e sua densidade é maior que a da água, são excelentes para troca de gases como hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e dióxido de carbono.
Estudos científicos realizados nos últimos anos revelaram que em animais com lesão pulmonar a ventilação líquida, quando comparada com a ventilação mecânica convencional, demonstrou melhora na troca gasosa e diminuição de danos aos pulmões. Relatos preliminares revelam que o perfluorocarbono pode ser utilizado com segurança em humanos. A ventilação líquida aumenta a troca gasosa por recrutar regiões do pulmão dependentes da gravidade – em que há perfusão (passagem de líquido), mas não são ventiladas e redistribui o fluxo sanguíneo para as áreas ventiladas. A utilização da ventilação líquida parcial atenua a lesão pulmonar devido à baixa tensão superficial e às propriedades anti-inflamatórias dos PFCs. A utilização de perfluorocarbonos na preservação de órgãos sólidos passou a ser apontada recentemente como alternativa para a proteção da chamada lesão de reperfusão, que compreende vários fenômenos decorrentes da recirculação de sangue em um órgão cuja circulação sanguínea tenha sido interrompida (isquemia). No entanto, sua real utilidade ainda precisa ser definida. Mas o uso de PFCs como carreadores de substâncias diretamente para o pulmão e seu emprego em transplantes do órgão são a grande esperança na melhora da viabilidade pulmonar. Apesar dos inúmeros avanços ocorridos na utilização da ventilação líquida, seu emprego ainda é limitado por diversos fatores, destacando-se entre eles o elevado custo. Sua utilização está restrita a poucos centros de pesquisa, especialmente nos Estados Unidos e no Canadá, onde se utiliza o perfluorobromido (o único PFC liberado para ensaios clínicos). Em outros países são utilizados PFCs ainda considerados não ideais para a ventilação líquida. A dificuldade de manejo dos pacientes submetidos à ventilação líquida também é um fator que restringe sua aplicação.

FONTE: CAMPO CIÊNCIA

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